quarta-feira, 29 de agosto de 2012

OSTENTAÇÃO



Tenho visto e acompanhado o "zelo" que muitas pessoas dizem ter por Deus, por sua “obra” e, por sua santidade. Acredito em gente séria sim, os que conduzem a sua própria vida de uma maneira coerente com Deus. Entretanto, de outro lado, eu vejo um rigor, um zelo, uma preocupação em pessoas, não com sua própria vida, mas com a vida alheia. Essas pessoas não denunciam suas próprias mazelas, não se expõem, mas se acham no dever de fazer isso com a vida dos outros. O “zelo” que elas têm não lhes serve de espelho. Assustam-se com o pecado dos outros. Mas não consigo mesmas. Outra coisa... Tenho visto e escutado também mensagens, opiniões sobre como deve ser a conduta de relacionamentos, gente denunciando a ação de demônios atuando na vida dos outros. Mas não na sua própria vida.  Escuto afirmações sobre vaidade, o culto ao corpo, a sensualidade, etc... E quando questionados sobre essa atitude respondem assim: sinto uma carga, um peso de Deus porque "O zelo por tua casa me consumiu".
O que pra mim é estranho, irônico e incoerente diante de tudo isso é que a grande maioria destes, vive em Ostentação!
Por um lado enxergam e condenam a vaidade na vida dos outros. Mas são alimentados e alimentam a ostentação. Por exemplo são vaidosos e gostam de ostentar:
A ostentação do titulo que carregam...
A ostentação da grife que vestem...
A ostentação do carro que possuem ou querem possuir...
A ostentação dos produtos que querem adquirir...
A ostentação que as viagens internacionais representam...
A ostentação da honra, que tanto reclamam...
A ostentação da eloquência que possuem...
A ostentação de vínculos de determinadas amizade que possuem...
A ostentação da popularidade que representam...
A ostentação do nome que tem...
A ostentação estética, cultural, financeira...
Daí eu fico pensando... Isso é vaidade? Isso fere a santidade de Deus? Que tipo de espirito promove isso? Seria o Espirito Santo?
Eu acho que precisamos ter respostas corretas para algumas perguntas: Aonde queremos chegar? O que queremos obter? Quem é o maior beneficiado com a fé que professamos e praticamos?
Muita gente se pronuncia a cerca dos erros de outros como se não fosse capaz de fazer o mesmo. Como estivesse acima disso e destes:
Acima de Pedro, quando negou...
Acima de Davi, quando adulterou e matou um homem...
Acima de Adão e Eva quando pecaram e se esconderam...
Acima dos Hebreus, quando foram indiferentes aos sinais de Deus...
Acima de Judas, que por interesse pessoal traiu Jesus...
Acima de Paulo, que se achando enviado de Deus perseguia a Sua causa...
E por ai vai...
Acredito em Santidade, em Santificação. Mas diferente daquela que foi encontrada nos Escribas e Fariseu – Sobre estes, Jesus adverte para que aprendamos a não sermos iguais a eles – Gente insensível que tramou a Sua morte em nome de um “zelo”.
Eu acredito em uma santidade que nos torne parecidos com Jesus. Que nos afaste do pecado pelas mesmas razões que Ele tinha. Sou a favor de uma santificação que nos afaste do pecado mas não nos torne arrogantes e nem juízes sobre outros.
A santidade que vejo proposta por Deus é aquela nos torna parecidos com Jesus. Se assim for, já deveria nos bastar.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012


HOLOFRAFIA ESPIRITUAL

Sobre holografia espiritual quero me referir a uma atitude ‘religiosa’ que elabora e projeta uma imagem representativa apenas. Sem impacto espiritual e tão pouco humano. Aonde não existe percepção de outros, nem sensibilidade presencial; não existe calor humano, nem compaixão; não existem abraço, nem mãos estendidas. Não há integração. Essa arte é dominada por muita gente:
Gente que “não tem tempo” de se apresentar de corpo presente;
Gente que consegue escrever livros, dar palestras, trazer ensinos, dirigir reuniões, fazer orações, cantar... Mas na vida real, no dia a dia, não consegue amar de perto, através de gestos e de companheirismo;
Gente que não escuta e nem acompanha; gente que quer ‘ganhar’ tempo, visando atingir o maior número de pessoas, mas de maneira impessoal, sem interesse na individualidade e complexidade alheia;
Gente que espera ser vista e lembrada por causa de uma imagem projetada, ainda que mal concebida;
Gente que à semelhança de Moisés, usa ‘véu’ para simular uma vida que há muito acabou. Mas que impressiona quem vê, ouve, ou lê;
Gente que consegue discutir temas, defender ideias, mas não sabe se apresentar como solução na vida de quem precisa;
Essa “tecnologia” é antiga. Porém muito recorrida hoje em dia.
Acredito, porém, que Deus quer se revelar de maneira pessoal e, se manifestar por meio de relacionamentos. Trazendo direção e discernimento, produzindo impactos em nossa maneira de viver.