“MAS, PELA GRAÇA DE DEUS, SOU O QUE SOU, E SUA GRAÇA PARA COMIGO NÃO FOI INÚTIL...” 1Coríntios 15.10.

Não adianta querer mudar o que já aconteceu. Não resolve querer exorcizar o passado. Sou o que sou pela graça de Deus. Ainda que tenhamos desperdiçado pedaços grandes de nossa história ou não, somos o que somos somente pela graça de Deus. Ele contornou e sobrepujou as dificuldades que nós mesmos criamos e nos fez filhos amados. Sim, eu poderia ser outra pessoa, ter outro histórico de vida, mas não foi assim e isso não me diminui como um filho querido de Deus.

Sou muito amado com todo o meu passado. Deus acredita que posso ser uma pessoa melhor e mais feliz, independente por onde andaram os meus “ontens”.

 

A simplicidade podia ser vista em Jesus. Sendo e tendo tudo, dirigia com muita maturidade suas condutas de ação e reação. Nunca se deixava levar pela impulsividade ou pelo calor das emoções. Nunca consentia com as insinuações malignas e nem com as exasperações humanas. Era sempre o que tinha que ser, fazia sempre o que tinha que fazer. Não buscou seus próprios interesses, nEle não havia interesses próprios – vivia para o Pai. Não negociava, sequer cogitava das transitórias experiências humanas entre o ter e o ser. Era simples e não simplista. Porque era profundo e absolutamente consciente e conhecedor de tudo, agia com simplicidade permitindo que o desenrolar da vida se desse naturalmente. Nunca se precipitou, nunca provocou uma situação antes da hora, pelo contrário sabia discernir o momento exato para intervir e ou deixar acontecerem os fatos. Nunca negociou sua missão. Não se deixou vender pelo mercado da religião, não se deixou titularizar, não recebeu e nem aceitou comendas humanas. Era Jesus, o filho de Deus, representava o Senhor, o Pai. Todo o seu jeito, as formas pelas quais se deu conhecer visava sempre glorificar a Deus. Fazê-lo único, surpreendente. Diante dos dilemas humanos sempre procurou ensinar a partir das origens de todas as prerrogativas humanas. Ele é o princípio e o fim...

A Simplicidade do Senhor era desprovida do preconceito abortivo e seletivo de classes, credos e cores. Ele estava acima dos interesses subjacentes da cultura domada e viciada pelo mal. Ele em eternidade, sem distinção de tempo, é a manifestação do amor desejado e pouco conhecido. Quão Insondáveis são os seus juízos. Quem conheceu a mente do Senhor para que possa instruí-lo? A melhor e mais sensata coisa que faço diante do inescrutável é tratá-lo como Deus.

Nunca se passou por aquilo que não era. Sempre foi o que é. Sem medo de como poderia ser interpretado, deixou a especulação humana propor suas formas e tecer suas próprias imagens bizarras, a partir da leitura distorcida de Seus atos. Nunca defendeu ou impôs seus ideais. Criador do homem, esperou pelo aprendizado sadio e voluntário. Nunca se aventurou pelo caminho da autodefesa. Ensinou que tudo é passageiro. Que na vida somos passageiros, subimos e descemos em “veículos”, em situações, que nos levam a “lugares” e depois seguimos viagem, e assim vamos. Frisou a brevidade dos momentos mostrando que os nomes ficam no esquecimento; a juventude envelhece, o saber se perde na inutilidade do fim da vida. Por isso e muito mais Ele era simples. Em contra ponto, a Ele os homens procuravam se equilbrar inutilmente na gangorra da vida.

Então porque não é comum a simplicidade? Porque ostentamos, porque negamos a generosidade, a humildade? Porque não usamos a inteligência cristã para melhorarmos a vida, porque não deixamos de guerrear, porque não nos rendemos ao exemplo de Jesus?

"Senhor me ajuda, me socorre, me livra, me limpa, me faz melhor, me conduz ao arrependimento de tudo aquilo que não quero reconhecer, me libera, me liberta, me faz simples... palavras simples, gestos simples, atitudes práticas... Toma Senhor o teu lugar em minha vida, o lugar que eu ocupei, ajusta meu raciocínio com o Teu. Limpa minha mente, guarda-me dos eventos emocionais que se dão no meu interior e que conspiram contra a vida simples que Tu queres ver brotar em mim. Senhor, quanto tempo perdido, quanto desperdício, quanta vida inutilizada porque disse não à simplicidade. Guarda-me da teimosa e insistente natureza egoísta que me faz negar aos outros o que o Senhor oferece de graça. Faz-me melhor, me faz entender o que preciso preservar. Deus, meu amado Senhor me dá tua simplicidade para que não lute em vão, para que não perca em vão, para que não cometa injustiças, para que não procure meus próprios interesses... Dá-me simplicidade para que eu não me venda em busca do amor próprio, desenfreado, desordenado. Oh Senhor me faz orar o que eu preciso colocar diante de Ti, fazendo-me assim forte contra o pecado que rege o mundo – o pecado da complexidade. Faz-me ser uma oposição concreta, forte e resistente ao diabo. Não deixa ele me iludir, me enganar. Não quero aprender a ser como ele é, não quero tentar transformar pedras em pão, não quero que os teus anjos venham me servir, apensa para servir a um capricho circunstancial. Não quero as riquezas deste mundo como sentido de viver. Quero que no meu deserto o Senhor me sustente, quero receber das Tuas mãos o suprimento da minha alma e do meu corpo. Quero ser simples para te ser útil, para ter acesso aos teus tesouros sem me corromper. Quero ser simples para que tendo poder espiritual não me perca na utilização mesquinha da insanidade megalomaníaca. Quero ser simples para que estando sobre outros não descaracterize Teu senhorio com o meu. Quero ser simples para não me preocupar numa proteção pessoal, para não viver em função disso da imagem que outros tenham de mim, em detrimento do Teu conceito a meu respeito. Deus Tu és a resposta para Tudo. O Senhor é o respaldo do fiel. O Senhor é a autoridade de quem te serve. Tu és o que todos buscam e como não pode ser possuído, preciso que o Senhor me conceda, me oferte sua bondade de me faça tua imagem. Eu te quero, eu me rendo, me entrego, me destino ao Senhor. Faz em mim o teu querer...

QUERO TER A TUA SIMPLICIDADE!"

TRIUNFO - Minissérie em 2 Capítulos Janeiro de2011

Todos podem adoecer mentalmente. Não há ninguém na face da terra que não esteja sujeito a depressões, neuroses e até surtos psicóticos. Já acompanhei pessoas empurrados pela vida até a fronteira do inferno que não suportaram as pressões. Algumas foram internadas em clínicas psiquiátricas; outras se tornaram alcoólatras; muitos se viciaram em tóxicos. Também já assisti pessoas que procuraram o suicídio para fugir de uma dor emocional alucinante.

Já presenciei o triunfo de muitos que resistiram aos embates existenciais; esses, mesmo cambaleantes, conseguiram retomar suas vidas. Quando me lembro deles, volto a crer no poder do companheirismo, da fé, e na presença, muitas vezes imperceptível, de Deus.

Olho para trás e reconheço como os auxiliei a não ficarem doidos. Até por intuição, eu os lembrava (como sempre lembro a mim mesmo) de nossa humanidade. Somos feitos de luzes e sombras. Todos temos virtudes e pecados; somos excelentes e ordinários.

Os neuróticos não conseguem conviver com essa realidade e passam a querer controlar suas sombras. Por mais que se esforcem, vez por outra, se surpreendem com erupções de um vulcão sombrio que dorme dentro deles. Eles então procuram compensar seus vícios, fugindo para mundos irreais. Como não conseguem viver em paz com seus defeitos, tentam se mudar para dimensões fantasiosas. As neuroses se caracterizam quando comportamentos repetitivos significam tentativas de camuflar defeitos, tão próprios da nossa humanidade. O neurótico se esforça para evitar assumir que não é perfeito. Neurose significa não saber conviver com a realidade humana.

Os psicóticos, por sua vez, tentam arrancar suas sombras. Eles não aceitam que possam existir defeitos e se recusam a encarar qualquer incoerência interior. Para não se defrontarem com a realidade, são mais radicais: amputam seus olhos. Assim, destituídos de toda capacidade de enxergar sua humanidade composta de belezas e feiuras, também não conseguem ver o mundo; enlouquecem porque se desligam completamente da vida.

Já vivi tristezas profundas. Minha alma já se contorceu de dores atrozes; já me vi cara a cara com o Diabo. Quase perdi meu equilíbrio, brios e vontade de viver. Não fossem minha mulher e alguns poucos amigos, não sei aonde chegaria meu desespero.

 Desisti de encarnar o mito da perfeição. Agora, não me flagelo quando constato minhas vaidades. Parei de me surrar quando me surpreendo com minha vileza, inseguranças e narcisismos. Estou aprendendo a conviver comigo mesmo.

Minha paz vem de saber que sou amado e querido de Deus, com minhas sombras e luzes. Ele está satisfeito comigo, mesmo conhecendo minha estrutura e sabendo que sou pó.

Quem não quiser endoidecer, reconheça sua humanidade; pare com qualquer tentativa de dissimular suas sombras com pieguismos; e não continue tentando se convencer de que alcançou a santidade perfeita. Ela só pertence à divindade.

"Bem-aventurado o homem, SENHOR, a quem tu repreendes, a quem ensinas a tua lei. Pois o SENHOR não há de rejeitar o seu povo, nem desamparar a sua herança. Quem se levantará a meu favor? Quem estará comigo? Se não fora o auxílio do SENHOR, já a minha alma estaria na região do silêncio. Quando eu digo: resvala-me o pé, a tua benignidade, SENHOR, me sustém".

Resvalar significa escorregar ou cair por um declive; incorrer em falta. Muita gente se sente assim. Sentem-se com a alma escorregando, esvaindo-se. Sentindo-se sugadas para o mais profundo oceano, aonde não há som, não se ouve voz, não se encontra socorro e, nem oxigênio, apenas águas. Sentir-se afogado é sentir-se desfalecendo nos sentidos. Sendo entregue à morte, ao desmaio que precede a morte. Essa sensação de incorrer numa falta que provoca esse declive deslizante é apavorante. Não há nada para se apegar, não há socorro, só curiosos. Mas Deus prova sua benignidade mergulhando em nosso socorro. Agindo em nosso favor, muitas vezes corre o risco de ser mal interpretado. Mesmo assim Ele vem. Pois prefere entre tantas outras coisas ser chamado de SALVA VIDAS...

MENSAGEM MINISTRADA 02.01.2011

 

Parte 1 da Minissérie ministrada pelo pastor Neifer Melo. Não perca no próximo domingo a segunda parte.