sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011


 
“E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte. Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim. Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte”. 2Co 12:7-9

Em algum trecho da nossa vida somos perfurados por algo, por um “espinho”. Algum acontecimento ou alguém. E esse negócio entra na vida da gente e se instala como um desconforto. Sejam lembranças ou circunstâncias presentes que nos enfraquecem e nos fazem sentir a necessidade da misericórdia e da graça de Deus. Nossas largas passadas tornam-se um coxear; esmorece-nos os passos. Tentamos andar novamente e sentimos o estremecer de cada esforço. Finalmente suplicamos pelo auxílio de Deus.

Paulo lutou contra esse “espinho”. Ele sabia o que era uma oração não respondida. Talvez o seu incômodo ou sofrimento fosse íntimo demais para pôr no papel. O fato era que esse sofrimento que o enfraquecia o fez teimar em pedir a Deus mesmo ouvindo um “não” como resposta. A “farpa” penetrou que atingiu-lhe o centro do coração e tornou-se tema de um clamor. Era um aguilhão pungente que o incomodava, fazia ele se sentir impotente e vulnerável – sensação que nenhum de nós gosta de experimentar.

Os estudiosos da Bíblia especulam sobre o que seria esse “espinho na carne” do apóstolo: Uma tentação sexual – Paulo esmurrando o corpo para não ser desaprovado? (1Co 9:27); inimigos? Paulo tinha uma quota de oponentes que queriam esbofeteá-lo (2Co 11:23-26); Temperamento? Agir irrefletidamente produz sentimentos de culpa e arrependimento (1Tm 1:20); Enfermidade? Uma limitação física? (Gl 4:15).

Pode não ser nada disso ou tudo isso ou algo disso. O fato é que a GRAÇA DE DEUS ERA SUFICIENTE. Era um refúgio no qual ele podia se abrigar. Paulo poderia ter desenvolvido o que eu chamo de “Síndrome de Jonas” se, não se sentisse dependente da graça do Senhor. Talvez também por isso ele se identificasse como o “principal dos pecadores”.
A nossa fragilidade refina nossos motivos. Nos faz mais sensíveis e humildes e consequentemente, mais dependentes de Deus.
Embora não conheçamos tudo sobre estes “espinhos”, podemos estar certos disto: Deus prefere que tenhamos uma coxeadura ocasional, que um perpétuo andar emproado. E se precisamos deste espinho, Ele nos ama o suficiente para não o arrancá-lo fora.
O paraquedas de Deus é forte, e a aterrissagem será segura; Sua Graça é suficiente!

Nenhum comentário:

Postar um comentário