segunda-feira, 30 de abril de 2012

QUERO QUE DEUS MELHORE MINHA VIDA


É curioso como, com o passar dos anos, nossos valores mudam. Posições que ambicionávamos, conquistas que valorizávamos e pessoas que nos impressionavam, perdem seus encantos. Vamos fechando portas atrás de nós, para euforias descabidas e idealismos inconsequentes. Confesso que perdi, inclusive, a vontade de ter a última palavra sobre qualquer assunto e não me empolgo com debates que só dão uma falsa sensação de prestígio.

Esse processo começou, quando enfrentei a maior crise da minha vida e que me fez desistir de querer ser herói, conquistador. E de lá para cá, caminho cada vez mais consciente, que muito dos meus esforços lendo, estudando, trabalhando para “não perder tempo”, eram vaidade e correr atrás do vento. Olho para trás e percebo que não foi de minhas poucas conquistas ou dos reconhecimentos humanos, que obtive meus melhores contentamentos. Vieram do amor de minha família e de amigos verdadeiros; gente que não temia partilhar o mesmo jugo que eu.

Assim, tenho feito alguns ajustes. Redirecionei minha leitura bíblica. Mais do que saber os detalhes exegéticos ou técnicos, ansiei que a Palavra me levasse a uma relação mais íntima com Deus. Releio a Bíblia, procurando o coração paterno de Deus. Recompus minha vida devocional.
Talvez, a maior descoberta que faço, nesse tempo é que minha maior vocação é tornar-me mais um humano parecido com Jesus. Desejo aprender a ser generoso e sereno. Almejo rir; quero amar coisas simples; divertir-me com meus filhos, conversar com que gosto; Preciso ser mais empático com o pobre, acolher o perdido e dar minha mão para o abandonado.
Nessa jornada espiritual, perdi o medo de me desnudar e mostrar vulnerabilidade. Outrora, eu temia a censura daqueles que poderiam se escandalizar com minha fragilidade. Tentei, muitas vezes, impressionar as pessoas com discursos valentes, quando, inseguro, pedia que Deus segurasse minha mão. Receava que alguém detectasse disfuncionalidades em mim e na minha família. Acreditava que, se alguém diagnosticasse meu envolvimento no evangelho como uma maneira de resolver meus problemas pessoais, perderia toda credibilidade. Evitava contatos íntimos, para que as pessoas não notassem que eu não era tão “resolvido”, como demonstrava.
Sinto-me livre para afirmar que ainda estou em construção. Sou um projeto inacabado e não escamotearei minhas ambiguidades. Agora, quando me sentir cansado, terei liberdade de desabafar. Quando precisar lamentar, lamentarei. Quando tiver vontade de rir, rirei.

Quero seguir o exemplo de Jesus que, em nome da vida, não temeu contradizer as rígidas normas religiosas – Mateus 12.2-7; não respeitou os preconceitos sociais, quando conversou com prostitutas e acolheu gentios – Marcos 7.24-30; não teve receios de voltar atrás em sua palavra, para atender uma mulher siro-fenícia – Marcos 7.24-30. Permanecerei alerta para não me tornar um dogmático e faccioso; cego por minha obstinação.

Anseio por uma humanidade não fingida, que não tenta transformar a mensagem do evangelho em um espelho mágico, que fala o que desejo ouvir. Leio a Bíblia também contra mim. Permito que, como espada, ela penetre no mais profundo de meu ser, discernindo, inclusive, as intenções nebulosas de meu coração.
Atendo a admoestação do profeta Miquéias (6.8): “Ele mostrou a você, ó homem, o que é bom e o que o Senhor exige: pratique a justiça, ame a fidelidade e ande humildemente com o seu Deus”.
ACREDITO QUE VEM DO SENHOR, MINHA TEIMOSIA DE ACREDITAR QUE NÃO PRECISAMOS ESPERAR MORRER PARA COMEÇAR A VIVER. E COMO PASSAMOS RAPIDAMENTE, SUGIRO QUE COMECEMOS JÁ.

Nenhum comentário:

Postar um comentário